Quer dizer que agora me dedico a tornar a vida dos outros num inferno? Sou assim tão insuportável com tão pouco? (Eu sei que sou um bocado para o chata e tal… mas também não é preciso fazer um drama.)
Será… será que não tenho absolutamente mais nada que fazer da vida além de azucrinar a dos outros?
Se calhar devo gostar do papel de ser a má da fita. Se calhar devia era estar caladinha e esperar que a pessoa responsável reparasse nessas falhas e lhe fosse chamar à atenção (e até lá andava tudo em pantanas e eu fingia que não via nada e só dizia “não sei quem foi, eu não fui... quem quiser que faça!”). Ou se calhar tinha uma melhor atitude se lhe desse falsas palmadinhas nas costas e dissesse “continua assim!” quando está a fazer mal (tipo numa de… “venha, venha, venha… venha ver a merda que você fez”, mas mais numa de “espera até que te apanhem a fazer isso assim”). Ou então, já sei… que tal se também começar a ir fazer queixinhas ao chefe a dizer tintim por tintim tudo o que fez “e respirou e tossiu e coçou o nariz e paga multa e coisa e tal!”?
Mas eu não sou assim, não é com o mal dos outros que eu posso ser melhor. Em nenhuma situação da minha vida e muito menos no meu trabalho porque (in)felizmente somos uma equipa e dependemos uns dos outros para que o trabalho corra bem. Só é do meu interesse que todos os que trabalham comigo sejam excelentes profissionais para que não saia tarde por ter que andar a corrigir os erros dos outros.
Realmente eu também não gosto de errar, de sentir que falhei e que tenham de me corrigir algum erro (como ainda no outro dia aconteceu), fico frustrada comigo mesma (podre mesmo), mas não com quem me corrigiu, até fico contente pela contribuição, porque um dia eu vou ser infalível e perfeita… um dia! Até lá tenho estes devaneios de perseguidora compulsiva.
Mas pelos visto já não se pode comentar nada, fazer nenhuma observação, explicar nada que já tenho a puta da mania pelos vistos. Repare-se que se for qualquer outra pessoa já pode dar palpites que não leva a mal, mas se for eu é porque sou uma perseguidora implacável que a odeia desde o primeiro momento em que a vi respirar pela primeira vez. Se calhar é melhor chamar o encarregado de educação da menina para vir falar com a directora porque a florzinha se está a sentir perturbada! É pah, poupem-me! Não sei quem é que anda com a mania da perseguição aqui afinal! É que somos todos adultos e isto não é o recreio.
Se tem alguma coisa para dizer que a esteja a perturbar e a deixe incomodada que diga de uma vez por todas e acabamos logo com isto… que deite cá para fora e que deixe de estar amuadinha e sensível para ver se se deixa de frescuras e começa a trabalhar mais rápido que há muito para fazer e não me pagam extra para fazer o trabalho dos outros. Foda-se.
É nestas alturas que eu tenho saudades da Chefe, é que nem havia tempo para queixinhas e merdinhas, era logo curto e grosso e “faz bem, sem esperar elogios que é para isso que te pagam, mas é!” (vou alí a Aveiro e venho já).
(se há coisa que eu odeio são coitadinhos… e também aqueles que em frente ao chefe uiii são tão eficientes e rápidos – mas só em frente ao chefe)
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